Ser mãe não deveria ser uma obrigação, um pré-requisito de “ser
mulher”; não deveria ser maior ou menor do que ser pai e nem necessariamente
distinto. Mãe é conceito múltiplo existente em múltiplas sociedades, nas mais
diversas formas. Mãe não devia ser o único sonho digno que todas as mulheres
devem almejar, não devia ser um sonho “mais importante” do que ser bombeira, atleta,
artesã ou vendedora. Mais importante do que gostar de bichos, de acampar ou de
sexo. Mãe devia ser um sonho e, como sonho, fruto de preparativos e esforço. Nenhuma
grávida devia passar pelo horror de ter como única opção parir, nutrir, educar
e amar um feto indesejado ou ser punida por tirá-lo ou deixá-lo em um abrigo
para alguém que queira ser mãe/pai. Nenhuma mulher deveria ter que ser mãe
sozinha. Nenhum Estado, nenhuma sociedade deveria nos deixar desamparadas. Nenhum
parto deveria ser um pesadelo, nenhum médico devia destratar uma parturiente,
sua/seu acompanhante (se houver) e o bebê. Nenhuma cesárea deveria ser imposta.
Mães devem lembrar que também são mulheres, amigas, amantes, profissionais. Mães
podem sê-lo desde a fecundação do óvulo; podem ser desde a primeira vez que viram
aquela criança; podem decidir assumir o papel quando de
repente chamadas assim.
Ser mãe devia ser uma escolha dos sentimentos entre uma
mulher e seu/sua filhx. Para o resto de suas vidas.
Gostei muito do seu post. Eu sou mãe mas porque escolhi ser mãe: quando quis, do jeito que quis e com um homem que também escolheu ser pai. Eu não ia interagir nas redes hoje, para aderir à campanha pelas mães que morrem na áfrica http://amigosdatvbrasil.blogspot.com.br/2012/05/nao-comemore-o-dia-das-maes.html
ResponderExcluirmas decidi postar no twitter só para divulgar o seu post.
Adorei seu post, Maria! Achei o link lá no blog da Lola :)
ResponderExcluirSeu post casa muito bem com o último post do meu blog! Falo exatamente sobre isso! Essa história de mulher ser obrigada a ser mãe e mãe ser obrigada a amar as crias, num eterno reducionismo do que é ser mulher!
Li uma vez (num texto da profª. Tânia Swain) que a mulher nasce com o arquétipo da pecadora e só é santificada no momento em que se torna mãe, quando ela gera para o homem um semelhante. Como se ser mãe fosse maior do que ser mulher.